Torcedor do Cerro Porteño faz ofensa racista ao jogador durante partida da Libertadores Sub-20
O atacante Luighi, do Palmeiras, foi vítima de um ato racista cometido por um torcedor do Cerro Porteño durante um confronto da Conmebol Libertadores Sub-20, realizado nesta quinta-feira, no Paraguai. Apesar da vitória do Verdão por 3 a 0, o episódio de discriminação marcou negativamente a partida. Em resposta, o clube emitiu uma nota oficial manifestando apoio ao jogador e prometendo levar o caso às “últimas instâncias” para garantir a devida punição aos responsáveis.
Torcedor imita macaco e jogador desabafa emocionado
Durante a partida, um torcedor do Cerro Porteño imitou um macaco direcionando o gesto ao jovem atacante de 18 anos. Abalado, Luighi chorou no banco de reservas e, ao ser entrevistado após o jogo, expressou sua revolta. Além da ofensa racial, ele também foi alvo de uma cusparada enquanto se dirigia ao banco.
Em sua entrevista, Luighi confrontou os jornalistas sobre a falta de questionamentos a respeito do ato racista:
“Você vai me perguntar sobre o jogo? A Conmebol vai fazer o que sobre isso? Ou a CBF, sei lá. Você não ia perguntar sobre isso, né? Não ia. Isso que aconteceu hoje é um crime. Estamos aqui para aprender, é formação.”
Comentarista critica falta de medidas efetivas
A comentarista do sportv, Jordana Araújo, que participava da transmissão da partida, também se emocionou com o ocorrido e fez um forte desabafo sobre a necessidade de medidas concretas para combater o racismo no futebol.
“Não adianta fazer placas, anúncios, é preciso colocar em prática as ideias. Como? Com atitudes, estudando as causas desse tipo de crime. As torcidas sul-americanas frequentemente utilizam o racismo como provocação, mas a Conmebol precisa fazer com que entendam que isso não é provocação, é crime.”
Jordana ainda destacou a gravidade do racismo e seu impacto na sociedade:
“O racismo mata vidas. Quantas pessoas morrem apenas pela cor da pele? Quantas pessoas são privadas de direitos, do mais básico ao mais complexo, por serem negras? Essa campanha precisa ser mais incisiva, e as pessoas têm que agir para que eu não precise encerrar uma transmissão com a voz embargada e emocionada por mais um caso de racismo.”
Clubes e organizações cobram providências
Diante do ocorrido, o Palmeiras reforçou que buscará justiça e cobrará a Conmebol para que medidas efetivas sejam tomadas. A entidade ainda não se pronunciou sobre o episódio, mas a pressão por punições severas a episódios de racismo no futebol sul-americano só aumenta.
A esperança é que este caso sirva de alerta para que novas medidas sejam implementadas e que o esporte deixe de ser palco para manifestações racistas.